Pesquisar

quarta-feira, outubro 14, 2015

Parte do R$ 1,7 milhão supostamente desviado por Riva foi sacado na Assembléia e entregue aos “gerentes” de esquema

Parte do R$ 1,7 milhão supostamente desviado por Riva foi sacado na Assembléia e entregue aos “gerentes” de esquema

Os servidores da Assembléia Legislativa, Geraldo Lauro e Maria Helena Caramelo, considerados os “gerentes” do ex-deputado José Riva em um suposto esquema para desvios de verba, determinavam que os assessores parlamentares sacassem na “Casa de Leis” valores mensais e entregassem o dinheiro “vivo”. As operações financeiras indevidas eram “legalizadas” pelo uso de notas fiscais falsas, em maioria, nominadas por laranjas. As informações que fundamentaram a prisão do ex-parlamentar foram divulgadas no mandado expedido pela magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal. Conforme os autos, R$ 1,7 milhão foi desviado.
Lauro e Caramelo e José Riva foram detidos preventivamente na segunda fase da Operação Metástase, denominada “Célula Mãe”. De acordo com o Gaeco, esta nova fase é resultado de investigações complementares efetivadas acerca de crimes cometidos no gabinete do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso.
Segundo o Gaeco, o dinheiro desviado servia para o pagamento de despesas pessoais do ex-deputado José Riva, como o combustível de sua aeronave particular, pagamento de honorários advocatícios, entre outros. Além disso, o ex-deputado teria usado parte do montante para o pagamento de um “mensalinho” para políticos e lideranças políticas do interior do Estado. A distribuição de “mimos”, como uísque, pagamento de festas de formatura, jantares e massagistas também faziam parte da lista. O esquema tentava dar aparência de legalidade aos gastos.
“A representação faz referência a um relatório que revela que os comprovantes de gastos relativos aos valores desviados são ideologicamente falsos, sendo que grande parte das empresas prestadoras de serviço ali citados sequer existe e teria sido constituída em nome de terceiras pessoas, conhecidas como laranjas”afirma o mandado expedido pela magistrada.
Em depoimento colhido pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), o servidor João Luquesi Alves afirmou que “[...] foi procurado por Maria Helenas Ribeiro Ayres Caramelo, chefe do gabinete do ex-deputado José Riva, a qul dizia haver algumas despesas do gabinete para serem quitadas e que, diante disso, já havia colocado a disposição do interrogado a impotância de R$ 4.000,00 e que, diante disso era para se deslocar até o Banco do Brasil, situado na Própria Assembleia, e casar em espécie o valor”.
Na mesma linha de depoimentos, a também servidora Ana Martins de Araújo Pontelli informou ao Gaeco que “ia até o Postinho do Banco do Brasil, no Interior da Assembleia Legislativa , sacava sempre o valor cheio de R$ 4.000,00 em dinheiro e repassava integralmente a seus chefes, que era a Maria Helena Caramelo e Geraldo Lauros”.
Ainda conforme o mandado de prisão expedido por Selma Regina, o Ministério Público informou “que, em decorrência da investigação preliminar, já foi possível apurar que somente em 20, os gastos realizados pelo gabinete do investigado José Geraldo Riva chegaram a R$ 773.482,78. [...] Já nos anos de 2013 e 2014 o valor desviado chegou a mais de um milhão de reais (R$1.014.973,86), totalizando, assim, a quantia de R$ 1.788.456,61”.

Por - Arthur Santos da Silva - Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Nenhum comentário: