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quinta-feira, novembro 26, 2015

Promotor acompanha oitiva e diz que esquema é de arrepiar

O coordenador do Gaeco, Marco Aurélio, não descarta novas prisões e buscas por documentos de outros deputados envolvidos

Da RedaçãoPromotor acompanha oitiva e diz que esquema é de arrepiar

Na tarde desta segunda-feira (23) o coordenador e promotor do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), Marco Aurélio de Castro, disse que o esquema que desviou verbas públicas com licitações fraudulentas e superfaturamento de serviços gráficos, supostamente liderado por José Riva, pode ter envolvido outros deputados. A declaração foi feita após a oitiva da Operação Ventríloquo, no Fórum de Cuiabá, sobre suposto esquema de desvio de R$ 9,4 milhões do Parlamento, em 2014.

O promotor admitiu que novas operações podem ser deflagradas em breve e que haverá busca e apreensões em alguns gabinetes na Assembleia Legislativa. "Nós ainda estamos na primeira fase dessa operação. Muita coisa há de ser esclarecida. Hoje, vocês viram o teor do depoimento de uma testemunha, em que, além dos fatos narrados, coloca um cenário, dentro da Assembleia, que nos causa arrepio", afirmou Castro.

Segundo o coordenador do Gaeco, quebras de sigilo e provas testemunhais indicarão novos envolvidos no esquema de desvios, que serão divulgados à imprensa no momento oportuno. “Está muito claro que esse benefício não se restringiu a José Riva. Essa operação adentrará, se é que já não adentrou, em outros gabinetes”, afirmou Marco Aurélio.

Depoimentos

A audiência que escutou o ex-deputado estadual Maksuês Leite e a ex-servidora da assembleia legislativa Ana Paula Aguiar, indicou o pagamento de um ‘mensalinho’ no valor de R$ 30 mil. O valor era repassado pelo então secretário-geral da Assembleia Edemar Adans (falecido), por ordem direta de José Riva, para bancar supostas despesas do gabinete.

Segundo o ex-deputado, a verba indenizatória era insuficiente para as despesas referentes ao exercício do mandato, à época o valor chegava a R$ 12 mil. “O Edemar repassava os R$ 30 mil, por depósito ou em dinheiro vivo, para tocar o gabinete. O dinheiro era usado para pagar caixões, velórios ou auxiliar eleitores que me procuravam”, disse durante a oitiva da ação penal derivada da Operação Ventríloquo, presidida pela juíza da 7ª Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.

A ex-servidora que era lotada no gabinete de Fabris e na presidência, confirmou ter emprestado a conta pessoal para receber valores que serviam para pagar despesas do social-democrata. Os valores repassados em sua conta eram para quitar despesas com funcionários, cartão de crédito e domésticas como água, luz e telefone. Além disso, Ana Paula revelou que Fabris pediu a conta para evitar retenções devido à dívida trabalhista.

 

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